terça-feira, 28 de julho de 2009

Verão


Espero voltar a partir de hoje a conseguir animar este espaço de diversões. Liberto de algumas grilhetas que aceitei por fidelidade a uma amizade antiga e também de trabalhos longínquos e paixões entretanto extintas.
Espero não me estar a precipitar porque continuo muito ocupado além de que vou começar de férias em breve, mas tinha de abrir as janelas para arejar o cheiro a bafio que sinto por aqui. Não vou apagar nada para trás muito embora vá alterar alguma da dureza que caracterizou o antigamente. Fechei também a inspirações alheias em que me deixei envolver e se revelaram um manancial de complicações de que ainda não entendi nem metade.

Não quero ser bem nem mal, nem diferente nem melhor, passarei aqui para desabafar a minha vivência diária, já que tenho a sorte, azarada, de viver num meio em que as histórias demasiado humanas, surgem sem que as procure, com toda a contundência, ferindo costumes e arrepiando os sentidos que por vezes ficam em franja, confrontados com alguns desesperos e a pequenez da vida humana.
Não, não trabalho numa loja de penhores, nem na morgue, nem tão pouco tenho um trabalho invejável. Apenas vivo rodeado de pessoas que circulam pela vida mudando de rumo constantemente. Por vezes alguém pára o frenesim louco e muda, se para isso atinge a felicidade antes, é o que tento entender para que eu próprio, nesta corrente, encontre uma reentrância onde me abrigar.

Quem sabe dos meus desabafos e experiências, surja algo de útil que outrem possa usar para seu próprio proveito e benefício.

Verão, (aqui não na sua forma verbal) um título que resume o estado de espírito. Espero manter-me assim ao longo do ano....

Já volto, sem data nem hora marcada, já volto.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

SMS

Aguardo
a tua mensagem
i-n-e-s-p-e-r-a-d-a
a-n-ó-n-i-m-a
que me diga
liga-me
a-g-o-r-a

adivinhas-me o pensamento?
Pressentes-me à espera?

sabes,
Por ti vou inventar
o espaço que preciso
para ficarmos a sós,
com as palavras
da descoberta, quase
a
transformarem-se
no
silêncio em que não precisamos
de nos esconder.


(porque quando perco o contacto contigo, não sei como reatar)


domingo, 9 de novembro de 2008

Bruxinha

Acordei estremunhado e procurei em volta sinais de ti que não tenho, nunca tive. Hoje fazes anos imagino os dois patinhos e pergunto-me se tens essa imagem também, é agradável e condiz com o teu sorriso que procuro constantemente nas fotografias que me deste. Reconstruo memórias que (ainda) não temos e penso com vontade como gostava que se tornassem realidade os sonhos que construímos nas nossas conversas quando aconchegamos com carinho os dias em que precisas de colo e mimo.


Leio-te e imagino-te de olhos semi-cerrados tentando disfarçar o desejo que noto a palpitar no teu corpo à procura da descoberta. Devia ter-te procurado ontem, olhar-te-ia ao longe e deixaria gelar no meu peito a sensação de estares tão perto mas de ter de esperar para chegar junto a ti e sorver o teu perfume, sentir a tua voz, entender o teu encanto e a forma como ele se espalhará através da beleza que irradias em sorrisos incontroláveis.


Continuo de olhos fechados a imaginar-te, hoje fazes anos e preciso de chegar até ti e que saibas que me lembrei do dia e que só por um triz não tens de explicar um ramo de flores em tons vermelhos de paixão acompanhado por um cartão de palavras mornas, em fila, à espera do calor do teu corpo para se revelarem.


Sempre de olhos fechados, imagino abri-los para ver surgir o teu rosto radiante sobre o meu. Sinto o calor do corpo que se vai pousando sobre o meu, a aproximar-se. Ergo as minhas mãos e amparo o teu corpo que me parece estremecer de antecipação. Recuso o beijo leve que me diriges, faço-te procurar-me recorrendo a toda a tua energia. Contenho os teus movimentos esperados e estimulo aqueles para que te sentes menos preparada numa absorção ao contrário que é a minha forma de interpretar essa tua definição. Introduzo as minhas mãos por baixo da tua roupa e procuro descontrair-te dos estragos das ultimas pressões de trabalho, percorro a tua pele ao de leve com a ponta dos dedos, paras a movimentação suave que ias fazendo e ficas sob tensão muscular deglutindo a minha movimentação. Pareces não notar quando te ergo no ar e, rodando sobre mim, te pouso quase suavemente ao meu lado, para continuar a acariciar-te no silêncio que, já havíamos previsto, se instalaria quando os sentimentos tomassem conta da imaginação.


Sussurro-te ao ouvido coisas inesperadas que só tu me podes inspirar e aprecio o teu sorriso de prazer meio adormecido. Esquecida da presença do meu corpo apenas pensas em ti. Hipnotizo-te com essa mistura de silêncios toques de dedos misturados com o aflorar dos lábios sobre todos os centímetros da tua pele, mesmo aqueles que tentas proteger com gestos de pudor acabados de inventar. Uma pena, formada pela ponta da língua que te percorre arranca os primeiros sons de prazer e os gestos inconscientes aumentam de amplitude. Guardo o estalar de dedos com que te irei despertar desse limbo de primeira vez que pretende substituir as tuas mais lamentáveis recordações.


Abri os olhos e continuei a sentir-te chegar calmamente à tua velocidade que procuro entender. Não tenho a certeza se sonhei, cheiro ao teu beijo que não conheço mas pelo qual anseio em ondas de imaginação que instigas delicadamente nas minhas tardes.


Parabéns.

domingo, 2 de novembro de 2008

Seda

Prometi que te escreveria. Sentei-me calmamente de papel na mão ao sol da tarde no alpendre da minha casa virado a oeste. Gosto de escrever sob papel, riscar, escrever por cima, dar erros que sei vou corrigir depois e principalmente sorrir com a consciência de que vou alterar tudo ao passar para o computador. Sob a mesa um café quente, um Whisky puro espera a sua vez para não ter de me levantar, interromper, quando a caneta começar a correr pelo papel. Música escolhi a que me enviaste naquele dia em que estavas menos bem.
No meu novo MAC o Picasa passa em diaporama as tuas fotos, que juntei com cuidado numa pasta com o teu nome, separada de todas as outras pastas com nomes de mulheres. O teu nome mas não todo, apenas aquele que preferes, também o aprovo, gosto, é biblico, fica-te bem.

Revejo mentalmente o que sei de ti, é pouco mas diz muito e principalmente deixa tanto por dizer e por contar. Mentalmente fixo a tua foto, por mim eleita a melhor, e tento imaginar-te no teu dia a dia altruísta que fascina e surpreende. Tento entrar na tua mente mas não consigo, faltam-me ligações, o teu olhar nas fotos não tem reflexos e falta-me a tua voz com a qual pretendo substituir a música de fundo dos sonhos para onde arrasto constantemente a tua imagem.

Pego na tua foto e recorto-a. Faço recortes com as nossas conversas, velas, colo, lareira, costas frias, pentear-te com um sopro, o chá quente e o champanhe frio, o brilho nos olhos ou a pele que brilha de felicidade... Aprendiza, saboreada arrepiada. A lareira que acendes com as palavras e te aconchega a imaginação. Olho-te e não ofereço resistência à paixão que me chama, preparo o colo para te merecer, desembrulho uma manta de lã para proteger as tuas costas nuas, onde desenharei com as pontas dos dedos durante horas, em silêncio, enquanto sorris de prazer e me esperas até à impaciência dos sentidos.

Ao fundo o mar faz um ruído especial que me desperta da prosa com que me aproximo de ti. Espera até que comece a escrever-te a poesia que me inspiras. Se o fizer prometes que fechas os olhos ao caminhar no escuro?

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Limericks

Tenho uma certa estima pelo ridículo. Não faço muito pela blogosfera, mas faço-o há muito tempo. Ainda me lembro quando me deram a novidade durante um jantar de amigos "surgiu um novo movimento na net, chamado blog". Em pouco tempo aderi ao sistema, farto de manter sites e pagar dominios, de perder tempo em editores WYSIWYG e programas de ftp, o blog pareceu-me cumprir com a verdadeira vocação da net, rápido e instântaneo, só juntar água.....

Claro que no inicio havia coisas muito irritantes que foram ultrapassadas como o "republicar" e agora tudo está ao alcance de um estalar de dedos, não é preciso ter inteligência ou sequer ser racional, basta ser animal ainda que muitos ao revelarem-se como tal se perfilem educada e indefectívelmente no reino dos néscios porventura um phyllum à parte constituido por uns quantos seres quadrúpedes e de cérebro minúsculo que vivem de replicar os outros.

Vem isto a propósito de uma pequena viagem que hoje decidi fazer pelos arredores e onde encontrei de tudo um pouco, como se sabe.
A mente humana é variada e tal reflecte-se na blogosfera como seria de esperar.
Há algumas semanas num encontro promovido por uma edilidade em conjunto com uma associação da área da cultura, sobre o fenómeno blog, discutiam os bloggers presentes se esta forma destronaria o jornal como a fotografia digital acabou com o acetato fotográfico, por exemplo. E alguém dizia que este formato (blog) está para um jornal como como um caracol está para uma lebre, entende-se porquê e o sorriso geral corroborou-o.

Não quero perder o fio à meada nem demorar-me muito nesta conversa, não é para isto que vocês aqui vêm.
A pluralidade da mente humana é responsável por um igual número de variantes de estilo e temas de blogs. Existem blogs sobre tudo.... Com mais ou menos interesse, feito por muito jovens de idade ou por outros nem tanto, uns com mais outros com menos formação, uns com maiores outros com menores recursos (de todo o tipo), uns com mais outros com menos imaginação.
Julgava saber que em comum todos tinham o contributo que dão para a critica em torno de qualquer dos assuntos que abraçam.

Este meu desabafo tem a ver com coisas que encontrei hoje por aqui que me evidenciaram também ser possível haver blogs, incolores, inodoros e totalmente insípidos. Sem objectivo, sem rasto, resumem-se a artigos de três linhas sem conteúdo original. Não resisto a parodiar um caso de acefalia grave que já me fez rir até às lágrimas, sem reproduzir mas caricaturando o artigo em causa, será assim:

Penso que à tua procura..... procuro-te à tua mas que não te encontro que...queres mas não és, tua que, será assim que ou mais que bem temperado tua, minha, eu tu, ele, nós vós e ele, que, tua? Quero que mas não tenho que....mostra que lá que isso tua, minha..... dá cá , toma lá que, tua, qualquer coisa porque não sei como é que se pede, tua, que......

Pois, tantos tua e que e reticências e pronomes por centímetro quadrado e tudo em três ou quatro linhas. Faz-me lembrar aquele limerick : "se o mar tivesse varandas ía-te ver ao Brasil, como o mar não tem varandas mando-te um bilhete postil"

Fica aqui um sorriso registado para quem tem o humor suficiente de estimular a existência dessas estructuras com comentários igualmente ocos para que esse(s) néscios não tenham de descer à praça ou retirar o lugar no hospício àqueles que nem escrever o seu nome sabem.

E para terminar, um Chef d´Ouvre a condizer :

hehehe lololol etc e tal :-)

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Ménage


Não sou um gajo ciumento nem possessivo. Congratulo-me por saber separar sexo de amor e não sou egoísta ao ponto de vedar a realização dos sonhos dos outros quando colidem com tabús ou conceitos instalados.
Vou contar uma história que o prova e é suficientemente antiga para nenhum dos envolvidos poder vir a ser embaraçado, aliás a distância entre todos nós é demasiada, tão grande que não sei dela há muitos anos. Ele ligou-me hoje do estrangeiro, continuamos amigos, já não falávamos há alguns meses depois de um período de anos de desencontro. Ainda me recordo quando uma amiga minha me fez soar a campainha da diferença entre emoções e sentimentos, algo que sabia que existia mas sobre o qual nunca havia sentido necessidade de sintetizar em palavras.

Vinha de fora, chegava ao fim da tarde e tinha ficado de o encontrar nas chegadas do aeroporto. Pela hora prevista calculava que conseguisse chegar a horas sem ter de sair mais cedo, com um pouco de sorte ainda iria buscar a minha companheira ao trabalho a caminho do aeroporto.
Tinha planeado tudo de forma displicente sem grande necessidade de rigor, não via o meu amigo há muito tempo mas estava à vontade com ele como se nos tivéssemos despedido há poucas horas. Assim iríamos jantar no Bairro Alto, matar saudades dos sítios que havíamos frequentado uns anos antes, beber um copo, matar a conversa, e depois recolher a casa que hoje foi dia de trabalho e amanhã sê-lo-à também.
Saí mesmo na hora e enfiei-me no carro na zona do Marquês meti-me no trânsito a caminho do Saldanha, não havia telemóveis e tinha combinado com a E que a apanharia à saída. Estávamos juntos há cerca de três anos e ela não conhecia o meu amigo F. Pelo caminho contei-lhe sobre esta amizade, sobre a forma como uma vez tínhamos feito um concurso com duas amigas, elas de olhos vendados, para acabar de vez com a discussão sobre quem fazia o melhor minete. Sobre as aventuras ao volante de velhas máquinas de quatro rodas e os acidentes em que nos envolvemos algumas vezes. Sobre as disputas desportivas nas cenas radicais em que nos envolvíamos. E sobre a mulher do futebolista que na altura fazia favores alternadamente aos dois. Quando ele se casou e comecei a ter por companhia as amigas da mulher e das duas vezes em que acabámos os quatro enfiados nos mesmos espaços a fornicar. Essa época trazia saudades porque seria? Não confessei isto à E mas ela deve ter percebido pelo entusiasmo com que relatei alguns pormenores.

Chegamos ao aeroporto estacionei o carro no parque das partidas e atravessàmos o lobby até à zona das chegadas procurei informação, o voo tinha chegado há dez minutos. O F tinha-se separado recentemente e sendo militar de carreira estava desde então a viver nas instalações militares nas ilhas. Vinha a Lisboa resolver questões familiares, estava de férias, e esperava que lhe tivesse reservado quarto num hotel, o que não fiz.


Com um pequeno atraso sobre o previsto o meu amigo surgiu finalmente junto a nós com o mesmo sorriso habitual e abraçámo-nos com força. E um metro afastada sorria abertamente e aguardava as apresentações. Corremos praticamente pelo átrio fora até ao carro e depois para o restaurante onde tínhamos a reserva.

Encontrámos amigos, bebemos, comemos, rímos, falámos alto e falámos baixo de outras coisas que recordavamos mas que mereciam conntenção. Por fim dançámos ao som de música variada, alternámos de par e decidimos sair dali. Descemos a rua e entrámos num pequeno bar sossegado mas com pista de dança na sala ao lado, onde ficámos mais um pouco a conversar. Eu bebi café porque ainda tinha de guiar, a E pediu um screw driver e o F um straight whiskey. Estavamos sentados num banco corrido muito apertado e falavamos de tudo. Os três éramos já cúmplices de conversa e o álccol começava a soltar alguma imaginação mal contida. Conhecia algumas fantasias de E e sabia que neste momento lhe deviam estar a fervilhar no peito, na cabeça e principalmente entre as pernas porque notava a forma como as comprimia e massajava uma contra a outra. Olhei o meu amigo F e imaginei-os aos dois, depois incluí-me a mim próprio na receita. Avaliei os estragos que aquela ménage que parecia estar a esboçar-se poderia provocar na minha relação com E. Achei que íamos sobreviver e talvez até ficar mais fortes, a cena em si excitava-me e estava longe de ser novidade.
Apertei mais E contra o meu amigo deixei-os acabar a bebida e perguntei: "vamos dançar?" Levantámo-nos e dirigimo-nos à pista onde dançámos em conjunto mas separados, ao primeiro sinal de música lenta discretamente, como se estivessemos numa timida brincadeira, encostámo-nos em trio, E no meio F de frente para ela e eu procurei um cómodo encaixe por detrás. As minhas coxas acompanhavam o movimento das dela, coladas, numa sensação conhecida que encontrava a oposição inesperada do peso de uma outra perna no fim do movimento funcionando como uma prensa humana. Estavamos a começar a tornar-nos motivo de interesse e sem palavras saímos.
Já na rua caminhámos em silêncio num passo falsamente sem pressa. Quando estavamos a chegar próximo do carro, E, ao meio, aceitou uma mão de cada lado sem olhar e seguímos aquela centena de metros em silêncio.
Entrámos no carro, E sentada atrás, esticou-se e colocou-se entre os bancos da frente um braço de cada lado, convidei-a para um beijo que recebi longo e desejoso os seus olhos tentavam perceber o que aconteceria a seguir enquanto o seu rosto se afastava. Ao de leve sequei-lhe os lábios e conduzi o seu rosto na direcção oposta. Afastei o olhar enquanto arrancava com o carro mas tive a ligeira impressão que aquele segundo beijo tinha sido mais longo que o meu, senti uma sensação estranha e nova.
Chegámos a casa, pousámos bagagens na entrada, a porta do quarto de hóspedes aberta e a cama preparada fizeram-me pensar que nada daquilo iria ser necessário. Como se não se passasse nada dirigimo-nos à sala e espalhámo-nos pelos sofás, E pediu desculpa e saíu, F olhou-me e esboçou um sorriso que retirou ainda antes de se ter declarado. Eu estava bastante hesitante quanto a isto, levantei-me e fui à cozinha preparar um café E espreitou-me da entrada e disse: "vai fazer companhia ao teu amigo que eu levo o café". Não me disse mais nada, ela estava decidida, quis acreditar que estava magoada com as histórias que lhe contara e tomara a decisão de se vingar. Qual quê, contradisse-me mentalmente, ela está mas é desejosa da experiência e a culpa é minha.
Sentei-me na sala no sofá individual colocado num ângulo de 90º com o sofá duplo onde F se tinha sentado. Falavamos de pequenas trivialidades e olhavamo-nos de forma persistente. No centro uma mesa grande quadrada de vidro e bambú.
Após poucos minutos, imponente, E surge na sala, lentamente, bandeja com o café e todos os apetrechos inerentes ao ritual, pequeno avental cobria-lhe o peito nú, por baixo cueca fio dental meia de nylon e cinto de ligas, salto alto. Veio direita a mim e inclinou-se para pousar o café deixando o melhor do espectáculo para o forasteiro que estava por detrás. Depois virou-me aquele rabo bem familiar e inclinou-se para pousar o outro café. O seu peito arfava de forma nervosa, pousou o tabuleiro na mesa e sentou-se entre os dois. Não olhava para o lado e fingia-se absorvida pelo cuidado em não entornar o liquido. Pousei o café, peguei na mão dela e introduzi-a sob o meu sexo massajando por cima da roupa durante uns instantes assim fez, depois virou-se para o outro lado e imitou o movimento em F. Soltei-lhe então a mão e levantei-me, comecei a tirar a roupa enquanto ao meu lado o meu amigo acariciava o corpo de E, pernas e peito e nádegas, as suas mãos exploravam ávidamente todos os centímetros de pele que se lhe ofereciam. E não se fazia rogada e já tinha na sua mão o sexo do meu amigo que massajava e observava com curiosidade, aproximei-me de lado e procurei a cena clássica de filme porno, atraí-lhe a atenção e introduzi-me na sua boca para acabar de vez com o pouco gelo e as hesitações parvas que nesta fase já não se justificavam.

(esta narração não acaba aqui...)



domingo, 28 de setembro de 2008

Tripaliare

Arrasto-a pelo corredor daquele hotel, arrasto-a é uma forma de expressão porque seguimos lado a lado, descontraídos mas ao mesmo tempo muito tensos.
Estamos há muito sem nos tocarmos e isso gera entre nós uma tensão muito forte, perceptível nas pequenas descargas eléctricas de sinal contrário que se soltam entre nós, com um ligeiro estalido, quando nos tocamos ao de leve.
Mal me aproximei fiquei com uma tesão monumental, é uma característica por vezes embaraçosa do nosso relacionamento. Desde sempre, não consigo aproximar-me sem que fique logo em ponto. Basta o seu olhar o seu sorrir um movimento dos seus lábios, uma palavra sem intenção.
Assim desfilava ao seu lado, assim esperei o que me pareceu uma eternidade pela chave do quarto.
Mal entrámos fechei a porta, abordei-a por trás e segurei-a pela anca, prendi-a sem lhe permitir mover-se. Tentou, teria conseguido com facilidade se fosse essa a sua vontade, mas eu contava que ela se deixasse conduzir ao sabor do imprevisto, da minha vontade, o que aconteceu.
Levantei-lhe a saia correndo as mãos ao longo das suas pernas com uma pressão muito forte, ansiosa, abrasiva que deixava uma impressão de calor tal a intensidade da fricção. Não ficou um centímetro de pele por percorrer. Continuei o movimento pelo seu corpo acima forçando a passagem pela cintura mais apertada pelas roupas, um ligeiro protesto e uma ajuda para facilitar o percurso das mãos quando houve o risco de rasgar os trapos.
Empurrei-a com cuidado para a esquina da cama, abri-lhe as pernas por detrás e entrei nela sem cerimónia nem hesitação, mexi-me ligeiramente para os lados enquanto a percorria desde completamente fora até ao mais fundo do seu corpo onde me sentia comprimido contra o seu limite, que a continuar assim, não o seria durante muito tempo mais.
E continuei detendo-me conscientemente à entrada do seu corpo tocando-a ao de leve num movimento que a fazia reagir e entrando profundamente até sentir que me tornava doloroso e lhe interrompia o prazer, parando dentro dela e provocando movimentos laterais dos dois corpos unidos o que aumentava o contacto e fricção do movimento de vai-e-vem. Parava sempre que me parecia que ela se começava a vir e recomeçava de seguida.
Quando senti que estava quase no meu limite, uns segundos antes de despejar a descarga, saí dela, aproveitei a interrupção para me conter, demorei-me de propósito no movimento com que a virei para mim e beijei-a até lhe faltar o fôlego de forma a equilibrar com o meu, o seu próprio desgaste.
Segurei-a na posição do beijo e entrei na boca dela, não sem antes denunciar a minha intenção para lhe dar margem para o evitar, o que não fez. Massajei-me lenta mas sofregamente no seu céu da boca comprimido pela língua que denunciava a sua experiência de outras batalhas e desci o mais fundo que pude pela sua goela que quase me albergou por completo.
Estávamos ambos a explodir de luxuria num completo descontrole.
Sempre sem palavras voltei a interromper a posição quando senti que me estava quase a vir, tentou prender-me com a sua máquina de sugar mas enfiei-lhe um dedo junto com o sexo e descolei-me à força sem causar estragos.
Sempre em silêncio, apenas tendo por fundo o ruído das respirações e os gemidos ocasionais da minha companheira, voltei a usar o percurso para prolongar o prazer e atestar o acumulador. Virei-a de novo, deixou-se guiar docemente, estava de novo virada de costas. Colocada confortavelmente com uma perna de cada lado da esquina ao fundo da cama, pernas esticadas, empurrei-lhe as costas com uma pressão da mão até ficar com o rabo bem empinado e iniciei uma penetração anal quase fácil.
Ligeira oposição no ultrapassar da primeira fronteira daquele apertado anel, pouco usado, depois mais à vontade no percurso restante que usei a belo prazer de ambos, empurrando-me num vai -e-vém comandado pela cadência dos seus gemidos. Havia iniciado a minha amiga naquele tipo de prazer que sempre usava de forma criteriosa para não moldar excessivamente aquela parte do seu corpo ao meu próprio e conhecia bem todos os recantos que encontrava no seu interior, procurei-a bem fundo onde gostava de ser inundada, esperei pelo momento dela e dei-lhe a sua recompensa balsâmica.
Recompensa merecida, pela forma como libertou de uma assentada toda a energia do meu corpo que se abateu suavemente sobre ela, inerte e vencido.